Só se fala do aumento do IPTU em Salvador, Camaçari também exorbitou - na última sexta-feira, o Jornal da Metrópole registrou o que a Cidade da Luz sofreu: um aumento de oito vezes em um terreno íngreme, na Fazenda Cassange, na Cia-Aeroporto, que foi de 6 mil para 50 mil. Ações na justiça se encarregarão do equilíbrio. O interessante, no entanto, é a filosofia reinante no município, dentro do princípio faça o que eu "mando", mas não faça o que eu faço. Vejamos: o município de Salvador, através da Secretaria da Promoção Social e Combate à Pobreza, agora administrada por Maurício Trindade, deve dinheiro que veio da União para todos os abrigos de Salvador, quantia desde 2009, em repasse que não foi feito, nem explicados os motivos até os dias atuais.
Surgem informações atribuídas ao atual secretário de que a Secretaria da Fazenda não aventa com a possibilidade do pagamento, ou seja, o dinheiro pertence aos abrigos e a Prefeitura não quer pagar. O secretário Maurício Trindade se faz de morto, nada explica ou não se encontra com prestígio para fazer alguma coisa, e o da Fazenda parece que nem mora aqui. A mesma secretaria que afirma a paralisia dos serviços municipais, caso os contribuintes não arquem com o IPTU, ignora os abrigos que estão, na sua grande maioria, em situação de quase total abandono do poder público, sem exageros.
Naturalmente que o prefeito não tem precisão dessa informação, caso contrário já teria tomado uma providência, inclusive porque a dívida é de um braço de uma esfera pública que ele fez questão de administrar. Não cabe afirmar, consequentemente, que parte dela é da administração passada, logo a atual não tem responsabilidade. Tolice. Parafraseando o exemplo do carro dado pelo prefeito, comparo: se compramos um carro e o IPVA estiver atrasado, temos que pagá-lo para transitarmos legalmente, sem podermos alegar que a dívida era do dono anterior. Respeito também nasce do que pedimos e fazemos.