Efetivamente, é uma crueldade o que o governo federal e seus aliados querem e estão fazendo com o trabalhador brasileiro. O capital sendo valorizado em detrimento do trabalho, em um processo, plataforma de governo que não foi escolhida por parte alguma do povo brasileiro. A terceirização, inclusive da atividade-fim, vem ao encontro de quem? Querem induzir a sociedade de que isto é para o aumento de emprego e maior segurança jurídica. De quem? Como falar em tal segurança se avançam ferozmente contra os direitos estabelecidos do trabalhador, em lutas de décadas. Ajustes? Claro, precisam ser feitos, mas que tal começar indo atrás de grandes devedores da Previdência?
Enquanto impõe que o brasileiro trabalhe por mais tempo para se aposentar, o governo ignora que 426 bilhões de reais não são repassados pelas empresas ao INSS. O valor da dívida equivale a três vezes o chamado déficit da Previdência em 2016. Esses números foram levantados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Entre os grandes devedores estão a JBS, Bradesco...
A maior parte dessa dívida está concentrada na mão de poucas empresas que estão ativas. Somente 3% das companhias respondem por mais de 63% da dívida previdenciária. A procuradoria estudou e classificou essas 32.224 empresas que mais devem e constatou que apenas 18% estão extintas. A grande maioria, ou 82%, está ativa.
Não digo de ouvir falar, mas de estar sentindo na minha própria pele a frustração de estar no serviço público há 38 anos, 36 no TRT e dois de menor aprendiz do Banco do Brasil, onde de há muito venho estruturando minha aposentadoria (que seria em setembro próximo pela regra a que estou submetido atualmente), a fim de melhor me dedicar a viagens para captação de recursos para a Cidade da Luz, já que o poder público não nos ajuda em nada, e de repente, por conta da vontade de meia dúzia de cabeças, terei que trabalhar mais nove anos, se quiser ter paridade e integralidade.
Qual louco vai se aposentar sem paridade com quem está na ativa? Sabendo que não terá mais recurso algum de pressão, por exemplo, para reajuste salarial. Imagino ainda essa gente marcada na cara com o sol e suor, que sempre aparenta mais idade do que tem, os trabalhadores rurais. Serão taxados. Nada disso é justo, posto que foge à segurança jurídica de toda uma nação. Segurança para o capital, toda, para o trabalhador, nada.
O povo precisa reagir, sim, pois essa gente fez o seu pezinho de meia por onde passou, e pouco se importa com os que vivemos apenas pelo nosso trabalho. Não faz muito esse mesmo governo iria beneficiar as empresas de telefonia com mais de 100 bilhões de reais. O projeto de lei foi suspenso pela presidente do STF. É isso.
Medrado
Mestre em Família pela UCSal
Fundador e Presidente da Cidade da Luz